O que é viver bem para você? O Segredo é…

Tempo de leitura: 9 minutos

E O QUE É VIVER BEM PARA VOCÊ?

Todos os dias são dias para serem vividos abundantemente bem! Está escrito nas estrelas! Não importa quão felizes ou tristes estivermos, não importa quão ricos ou pobres, quão sadios ou doentes. Mas tem gente que não sabe o que é viver bem…

VIVER BEM É TER VIDA EQUILIBRADA, SIMPLES E LEVE! E PARA ISTO É FUNDAMENTAL ASSUMIR COMPROMISSOS CONSIGO MESMO E COM ELA!

Todos temos muitos papéis a desempenhar na vida. Em cada etapa da vida eles vão surgindo, com suas características e surpresas. Cada papel se sucede ou acontece simultaneamente. E a cada ato, o desempenho varia segundo a maturidade que temos naquele momento… Seja na infância, na adolescência, na terceira, quarta ou quinta idade…

Como viver bem e desempenhar meus papéis?

Para desempenhar bem os papéis que a vida madura me ofereceu, tive que, antes de tudo, fazer um contrato comigo mesma: fazer o MELHOR POSSÍVEL, dentro das conjunturas apresentadas.

Durante uma conversa com uma grande artista plástica já falecida, Fayga Ostrower (que viera participar de um seminário para 500 pessoas, por mim organizado, na Escola de Arquitetura da UFMG), em um jantar de confraternização, pus-me a me expor, acreditem, dizendo a ela que eu precisava fazer cinco auto-biografias minhas, diante dos cinco papéis que eu desempenhava na época:

  • arquiteta,
  • professora,
  • esposa,
  • mãe e
  • dona de casa.

Ao que ela respondeu prontamente:

 “Angela, você não é cinco! Você é cinco em uma. Vá com calma e faça sempre uma coisa de cada vez, da melhor forma possível.”

Pronto, foi assim que aprendi a viver bem!

Como uma senhora estranha, após um simples bate-papo, resolveu meu dilema de vida, que era representar bem os cinco papéis tão diferentes, de uma vez só…

Eu achava que fazia tudo mais ou menos, que podia fazer mais, que devia ter feito diferente, que eu poderia fazer melhor… Eu estava me exaurindo!

Parti então para buscar meu EQUILÍBRIO, passei a SIMPLIFICAR a vida e a LEVAR A VIDA MAIS LEVE, apesar de tudo e de todos!

Claro que foi difícil, mas fiz um contrato comigo mesma:

  • buscar me conhecer melhor,
  • largar a mania de perfeição,
  • aumentar minha auto-estima e
  • levar a vida mais leve.

Corro em busca disso dia após dia. E hoje, com certeza, sou melhor do que ontem. Para tanto, muita resiliência. Exercícios diários que pratico há mais de trinta anos!

PORQUE TER VIDA EQUILIBRADA?

Equilíbrio físico, mental, emocional… Equilíbrio pessoal, social, profissional…
Fácil falar…

A busca pelo equilíbrio é tarefa dificílima, pois é uma questão constante e árdua.

Precisamos, antes de tudo, começar por auto-conhecimento. Muitos questionamentos simples e observações cuidadosas devem ser feitos:

  • Já parou para pensar o quanto você foi feliz durante o dia?
  • Já parou para pensar quantas vezes deu um sorriso hoje?
  • Já parou para pensar no que fará no final de semana?
  • Já parou para pensar quais são os seus sonhos?
  • Já parou para pensar se está satisfeito(a) com sua vida pessoal e profissional?
  • Já parou para pensar o que quer fazer depois de sua aposentadoria?
  • Já parou para pensar …

São tantas coisas importantes que não damos a atenção devida… Não dá para elencar…

Só depois de parar para refletir é que poderemos começar a verificar como estamos em cada setor de nossa vida.

“Pense que cada um de nós tem dons e habilidades que servem ao todo. Uns tem uma mente clara e ótimas ideias, outros são ágeis em encontrar soluções criativas. Uns sabem usar agulhas para curar, outros têm o dom da oratória. Uns amam estar em grupo e iniciar movimentos que se expandam, outros preferem ficar no jardim cuidando de uma única sementinha.”
Patrícia Gerbrin

Esta reflexão me ajudou a ser menos exigente comigo mesma, a saber que não preciso dar conta de tudo, a pedir ajuda quando necessário, a me lembrar, acreditem se quiserem, que não sou a única “incompleta” no mundo…

E me ajudou a ficar mais consciente da beleza da vida, da beleza das diferenças, da completude e do somatório das pequenas coisas que podem ser feitas em prol da qualidade de vida de todo o universo.

Só agora, aos 66 anos, resolvi parar para pensar. Estou participando de um curso ministrado pela terapeuta ocupacional Cecília Xavier, onde o objetivo principal é fazer um PROJETO DE VIDA.

Nele estou vendo uma possibilidade real de fazer reflexões e de fazer um planejamento para os próximos dias que se seguirão.

Análise de ocupações e da rotina, arranjos e propostas de rearranjos nas relações pessoais, profissionais e sociais, descoberta dos sentidos do trabalho, de possibilidade de reinvenções na idade madura, afirmação da necessidade fundamental de se dar atenção à saúde física, mental, cognitiva, são alguns dos muitos pontos discutidos no curso. Experiência ímpar diante da necessidade da busca de meu EQUILÍBRIO no dia a dia.

PORQUE TER VIDA SIMPLES?

Urge, nos dias atuais, que a simplificação seja trabalhada desde a pré-escola!

Muitos adultos, por falta de maturidade e até mesmo inconscientemente “complicam” muito a vida, repassando desordem à geração que se forma.

Foi a partir do dia em que conheci Córrego Dantas, no oeste de Minas Gerais, terra natal de meu pai João Garcia, que parei para refletir…

Lá é assim: O TEMPO DURA! Não passa! Pessoas ficam na praça principal da cidade, sentadas em bancos ou cadeiras colocadas nas calçadas lindeiras, ouvindo um rádio, pitando um cigarrinho de palha ou conversando à porta de um mercado/lanchonete/bar, com semblantes tranquilos e felizes.

Claro que alguns com a tez desgastada, calos nas mãos, sapato surrado, mas tranquilos e felizes.

COMO ASSIM? EM PLENO SÉCULO XXI?

A efervescência da vida na cidade grande nos faz ser apressados e preocupados… E ali, naquela cidadela linda e aconchegante, fiz meus primeiros questionamentos em relação a simplificar a vida…

Sentei-me no coreto da praça, enquanto esperava a hora de reunião com o prefeito. Eu enxerguei um canarinho lindo, uma trepadeira amarela, uma criança soltando pipa, outra jogando bolinha de gude… E alguns adultos na praça, à sombra de uma árvore ou de uma marquise…

A simplicidade da cena deu-me uma lição: Não precisamos de muito para sermos felizes… Estaria eu sendo simplista? Não! Estava apenas me analisando e vendo a possibilidade de reprogramação de vida.

Desta forma, observando o simples, a gente aprende a dar mais valor à vida! Sem correria! Com menos ansiedade, com mais prazer. Mas para isso é necessário ser criativo. Todo o ser humano é criativo por natureza. Basta desenvolver seus dons e dar asas à imaginação.

Costumamos complicar tudo, sofisticar tudo, trabalhar demais, alimentar mal e com pressa, curtir menos as famílias, perder horas de sono… E a vida passando… Uma após outra as gerações se sucedem e podem ser cada vez melhores. Esperança sempre em um futuro próximo para se ter mais e mais qualidade de vida.

Assim, a organização e administração do tempo é fundamental. Priorizar ações e focar nos objetivos importantes. Separar as horas do trabalho das horas de sono, das horas com a família, das horas de lazer! Fazer mágica? Não! Buscar possibilidades criativas para dar conta de tudo, com calma e prazer.

Porque ter uma vida leve? Porque viver bem?

  • Quem nunca subiu em árvore?
  • Quem nunca andou de carrinho de rolimã?
  • Quem nunca jogou bênti-altas, bolinha de gude, varetas, finca?
  • Quem nunca tomou chuva de propósito, andando na enxurrada ou desceu ladeira com carrinho de rolimã?
  • Quem nunca brincou de guerra de mamonas ou soltou pipa?
  • Quem nunca subiu em um pé de jabuticabas ou comeu manga com dentadas, mesmo que se lambuzasse muito?
  • Quem nunca fez alguma destas peraltices perdeu muitas oportunidades de ser feliz.

As atividades de lazer deveriam estar nas listas de todas as pessoas, mas tem gente que insiste em não se dar o direito do lazer.

Tem gente que foi criado para o trabalho. E há alguns que foram criados para o lazer. Se tirarmos o trabalho da turma do trabalho, eles adoecem… Se chegarmos com tarefas para a turma do lazer, eles adoecem…

A primeira turma, geralmente, leva a vida muito a sério. O trabalho é necessário mas não é o único lado indispensável de se viver bem.

Não pensar no descanso, no lazer, no ócio criativo, essencial para recarregamento das baterias vitais.

A segunda turma também leva a vida muito a sério, mas não tem compromissos com sua subsistência, com os próximos e às vezes, até consigo mesmo…

Necessário mesmo revisão de valores nas duas classificações.

Anos atrás fui chamada a atenção por um amigo querido.

Ele fez a seguinte observação: que eu levava a vida de forma muito rígida. Fui criada, antes de tudo, para estudar e trabalhar (valores herdadas de meus avós pelos meus pais) e para viver de maneira produtiva, correta e espartana. Não havia espaço para o lazer, para o ficar à toa, para curtir o sol. Até para tomar sol no final de semana, eu ficava a cuidar das plantas e das crianças, não me permitindo ficar quieta, parada, meditando…

Este amigo querido apontou-me esta “falha” na minha educação e no meu modo de viver. Momento de reflexão e oportunidade de me modificar.

Exercícios diários e determinação são necessários para que haja transformações de comportamento.
Passei a dançar “ …a música do momento” e saber achar graça de si quando alguma tolice o faz cair do cavalo!” Gal Rosa

“Nos dias atuais as pessoas ficam lutando Contra o Tempo e se esquecem de valorizar as coisas importantes da vida!”
João Ernani Antunes

Antes de tudo, é necessário o empenho e a persistência para valorizar o EQUILÍBRIO, a SIMPLIFICAÇÃO e a LEVEZA.

Deixe seu comentário! O que é viver bem para você?

Forte Abraço

Angela Garcia 

Angela Maria de Melo Garcia

Graduada em ARQUITETURA E URBANISMO pela Escola de Arquitetura (1975) e mestrado em Arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002). Professora adjunta da Universidade Federal de Minas Gerais e professora efetiva da Escola de Arquitetura. Atualmente aposentada curtindo uma vida maravilhosa com meus 4 filhos e meus 3 Netos.

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