Amor: ele nasceu com autismo e eu renasci como mãe

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Amor: ele nasceu com autismo e eu renasci como mãe

Sou mãe de três crianças lindas e saudáveis.

Mas como psicóloga, acompanho o desafio que diversas família passam, quando percebem algo diferente em suas crianças.

Verifico que por existir a falta de informação a respeito do autismo, ainda há muito preconceito e até vergonha de afirmar que seu filho pode ter autismo.

Seu filho, independente da condição dele, precisa do seu amor incondicional. Aquele que só os pais são capazes de doar às suas “crias”.

Então, queremos desmistificar e fazer com que você compreenda que o seu amor de mãe pode mover montanhas.

Vamos livrar-se de todos os preconceitos e mergulhar em conhecimento?

Assim, você fará bem ao seu filho, desenvolvendo globalmente, como também a sociedade que poderá se espelhar em você, enquanto ser humano.

O que é o Autismo?

O autismo pode ser conhecido também como Transtornos do Espectro Autista (TEA), são transtornos que ocasionam dificuldades na aquisição ou progresso da linguagem, comunicação, interação e sociabilidade.

Na maioria das vezes, é descoberto na primeira infância, onde pode apresentar limitações na fala e em áreas de reciprocidade socioemocional.

O autismo é normalmente classificado por níveis de gravidade, onde irá se referir ao grau de comprometimento apresentado pela criança.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), conjectura-se que existam 70 milhões de indivíduos com algum grau de autismo no mundo.

No Brasil, estima-se que esse número passe de 2 milhões de autistas.

Esse dado foi gerado a partir de uma pesquisa feita em 2017 pelo Centro de Controle e Prevenção de doenças (CDC).

A pesquisa revelou ainda que a incidência é maior no sexo masculino (apesar de acometer meninos, meninas e todas as etnias).

Apesar de não possuir cura para este transtorno, o quanto antes for descoberto melhor.

Pois, há evidências comprovadas que os estímulos tanto afetivos, familiares, especialistas e sociais são efetivamente ligados ao progresso do quadro.

Pai e Mãe

Sei que este momento vocês podem estar tomados por inúmeros sentimentos.

Porém, é relevante salientar além das crianças, os pais também precisam de acompanhamento.

Pois é natural ter a sensação de, algumas vezes, sentir-se frustrados e desgastados por não poderem ajudá-las de alguma forma mais significativa, talvez.

No entanto, o acompanhamento psicológico dos pais é primordial e efetivo na redução da ansiedade e do estresse que enfrentam.

Acalmem seus corações. Esta é a hora de somar.

A união e a paciência, um com o outro, farão a diferença na resposta as terapias do seu filho.

Lembrem-se que vocês construíram uma linda família, norteados pelo amor.

Agora precisarão compreender que seu filho precisará de vocês mais do nunca.

Quando nos propomos a fazer algo por amor, tudo tende a ficar bem.

Terminologias para o Autismo

Com o tempo,  ele foi recebendo diversas nomenclaturas. Algumas como:

  • Transtorno do Espectro Autista;
  • Condição do Espectro do Autismo;
  • Autismo Clássico;
  • Autismo Kanner;
  • Transtorno Invasivo do Desenvolvimento;
  • Autismo de Alto Funcionamento;
  • Síndrome de Asperger;
  • Demanda Patológica Avoidance.

Porém, de acordo com os principais manuais de diagnósticos, o termo mais abrangente é o Transtorno do Espectro Autista.

Tipos e graus do Autismo

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o autismo é dividido em três tipos:

1. Síndrome de Asperger:

Que a forma mais branda do espectro autista, diversos médicos chegam até a nomeá-lo de “Autismo de Alto Funcionamento”.

Pois, possuem uma inteligência acima da média padrão. Porém, são extraordinariamente obsessivos por um único objeto ou assunto.

2. Transtorno Invasivo do Desenvolvimento:

Este tipo pode ser considerado um pouco mais grave que o anterior.

Pois, apresenta a interação social um pouco prejudicada, possui habilidade da fala mediana (Porém, percebe-se que a fala é melhor do que no Transtorno Autista e inferior se comparado a Síndrome de Asperger) e apresenta poucos comportamentos repetitivos.

3. Transtorno Autista

Neste tipo os sintomas são mais severos e rígidos que os dois relatados antes.

Por isso, o desempenho da habilidade social, cognitiva, linguística e comportamentos repetitivos são encontrados em maior grau de dificuldade.

O Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais fala da:

1. Síndrome de Rett

As características das crianças com esta síndrome são bastante semelhantes com as que tem autismo.

Contudo, esta síndrome não pertence a nenhum dos tipos do Espectro Autista.

São comuns mais no sexo feminino, ocorre a retração social, começam a torcer em demasia suas mãos, perdem suas competências linguísticas e sua cabeça reduz o crescimento de forma significativa.

2. Transtorno Desintegrativo da Infância

Este transtorno é o mais raro de ser encontrado e o mais grave de todos os tipos de Espectro Autista.

Neste tipo, pode-se considerar que entre os 2 e 4 anos de idade, ocorre de uma forma altamente brusca, um prejuízo de suas competências intelectuais, sociais e linguísticas.

Assim, quando essas funções não estimuladas, não são mais recuperadas.

Causas do autismo

Até o momento não se sabe quais os reais motivos do autismo.

Contudo, diversas pesquisas são realizadas, mas nenhuma conclusiva.

Algumas realizam pesquisas voltadas para fatores genéticos, mutações, doenças metabólicas, mas nenhuma delas afirmam o que gera o autismo.

No entanto, apesar de desconhecerem o agente causador do transtorno, alguns dados já são conhecidos pelos cientistas:

1. As crianças do sexo masculino são as que mais nascem com autismo, numa proporção de aproximadamente 8/1 (para oito meninos que nascem com autismo, uma menina também nasce).
2. Em torno de 20% das crianças com autismo também são acometidos por outras situações genéticas (por exemplo: Síndrome do X frágil, esclerose tuberosa, Síndrome de Down, etc).

Diagnóstico

Não existe nenhum teste específico para o diagnóstico.

Porém, para que o diagnóstico seja realizado da maneira mais efetiva, é conveniente que a criança seja avaliada por uma equipe multidisciplinar:

  • Psicólogos
  • Psiquiatras
  • Fonoaudiólogos
  • Pediatras
  • Pedagogos

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), os parâmetros para que um caso de Autismo seja diagnosticado são:

    1. Incapacidade persistente na comunicação verbal e não-verbal
    2. Déficit na interação social
    3. Modelos restritos de comportamentos, além de repetitivos
    4. Preferências fixas e restritas (anormais)
    5. Hiper ou hipo-reatividade a captação dos estímulos

Cuidar Contudo, além da análise comportamentais desses fatores acima citados, exames físicos e psicológicos também podem ser solicitados.

Alguns exemplos do que pode ser feito:

Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR);
Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS);
Escala de classificação do autismo em crianças (CARS);
Escala de classificação do autismo de Gilliam;
Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento.

Compreendo que se estás lendo este artigo é porque queres ajudar ao teu próprio filho, neto, sobrinho, amigo ou mesmo seu paciente.

Porém, é importante saber que os sinais e sintomas variam bastante, dependem muito também da idade, maturidade e do modo de ser peculiar a cada criança.

Essas variações só podem ser avaliadas por um profissional. Então, acalma teu coração e procura ajuda.

Tratamento

Ao contrário do que muitos adultos pensam, o autista quando acompanhado por uma equipe multidisciplinar e pelo olhar amoroso de seus pais, pode desenvolver o contato visual, sorrir e até mesmo demonstrar afeto ou outro tipo se sentimento.

Recentemente, conheci uma mãe maravilhosa que relatou tudo isso que escrevi para vocês.

Contou que já fez até cursos fora para entender mais sobre o autismo e poder ajudar seu filho.

Mas, percebeu que nenhum tratamento substitui o seu amor, o carinho e a sua atenção por ele.

Ela trabalha, mas afirma que em seus dias de folga e quando chega em casa seu olhar é todo para ele.

Outra coisa que me chamou atenção, foi o fato dela perceber que:

“Por mais que na minha casa ele tenha acesso a tudo (terapeutas, psicólogos, irmãs, piscina, sala de recreação) é na escola, na interação com as outras crianças, sendo aceito e interagindo diariamente com colegas e professores, que percebo o quanto fui abençoada por Deus”.

Emocionada esta mãe compreende que se ela tivesse tido vergonha de mostrar ao mundo que seu filho havia nascido diferente, ele não teria evoluído.

Para as crianças com autismo, o estímulo específico de especialistas e o amor familiar são peças fundamentais para que o seu desenvolvimento progrida cada vez mais.

Alguns casos precisam até de indicação medicamentosa para a diminuição dos transtornos emocionais como:

    • Agressividade
    • Insônia
    • Alteração de humor
    • Surtos
    • Ansiedade
    • Ataques de raiva

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico.

Apenas ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico.

As informações contidas no Site Viver Ativo e Saudável têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.

Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

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