O sorriso, o riso e a gargalhada. Qual é a diferença?

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O sorriso, o riso e a gargalhada. Qual é a diferença?

o sorriso, o riso e a gargalhada

Existem diferenças… Mas todos eles têm algo em comum: o bem que nos faz.

Foi a partir de uma publicação minha no Ativo e Saudável que resolvi escrever este texto:

O Sorriso

-“Um sorriso não transforma apenas o rosto de quem o carrega. Um sorriso sincero consegue mudar o mundo à sua volta! Podemos recomeçar o dia SORRINDO? O movimento dos lábios já será uma das atividades físicas do dia! Ah! Não se esqueçam de sorrir com os olhos também!”

Ao que minha professora do grupo primário, D. Maria do Carmo Arreguy Correa respondeu:
-“Precisamos aprender a sorrir, a ter um sorriso grande! Em geral, as pessoas que sorriem com os olhos são cheias de graças e transmitem alegria e paz. Acolhem. É bom mandar-se sorrisos para o mundo. Ele anda precisado.”

Comecei a pesquisa para a construção deste texto pela busca dos significados de cada uma destas palavras. Após isso, teci comentários e apresentei depoimentos.

SORRISO é

uma “expressão facial em que os lábios se distendem para os lados e os cantos da boca se elevam ligeiramente, e que expressa geralmente alegria, amabilidade, contentamento, aprovação, mas que pode também expressar ironia, desdém, malícia etc.” Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

O SORRISO, vez por outra, é involuntário. Lendo, ouvindo uma música ou olhando para um mar azul ou um mar de montanhas… Quando um trecho especial nos faz sentir um prazer enorme, o SORRISO brota espontâneo simplesmente… Ou quando um objeto bem esculpido nos chama atenção nos proporcionando júbilo e admiração, os lábios se movem ligeiramente, tornando o semblante relaxado e feliz…

Mas ele, às vezes, é voluntário. Um leve SORRISO no rosto faz nosso semblante ser menos carregado, “abre portas” em situações difíceis. Pode até criar amizades, quando é sincero. Devemos tê-lo, como a etiqueta nos ensinou.

Um SORRISO pode ter muitos significados e valer mais que mil palavras: Pode agradar, mas pode também ferir. Pode ser simpático, mas também não ser construtivo. Pode ser estimulante, mas pode destruir também. Pode ainda ser mal interpretado. Vale a pena portanto estar-se sempre atento às situações e aos momentos…

-“OBRIGADO, SENHOR, PELO MEU SORRISO FÁCIL! NÃO ME CUSTA NADA E AGRADA TANTO ÀS PESSOAS…”

Oração de meu falecido pai. Sempre com um SORRISO no rosto, um semblante tranquilo e um olhar carinhoso e acolhedor. Herdei este SORRISO dele! Estava eu sendo homenageada pela primeira vez como paraninfa de uma turma de formandos da Arquitetura, em 1990.

Ser paraninfa para mim é a melhor homenagem e a mais gratuita que um professor pode receber. Os alunos já não precisavam mais da nota, já tinham os passos já definidos e encaminhados e resolveram me homenagear… Claro que perguntei o porque… Ao que me disseram que não tiveram mestres com alma! Como assim?

Isto me fez refletir sobre minha criação: sempre fui orientada no sentido de me preocupar sempre com o próximo, com o dar o melhor de mim no trabalho, com os valores do berço. E eis que me lembrei de meu pai, sempre se colocando no lugar do outro, sempre ouvindo mais para entender melhor e expressando, na maior parte das vezes, um sorriso largo e fraterno.

Incentivando sempre seus clientes a se auto-conhecerem, a colocarem na mesa defeitos e qualidades e a encontrarem um caminho ideal para obterem uma saúde melhor. E me descobri fazendo o mesmo com meus estudantes. A idéia era sempre destacar a importância da aprendizagem e da busca do conhecimento permanente para que eles se desenvolvessem e desenvolvessem os melhores projetos possíveis para seus futuros clientes. E sempre com um SORRISO largo no rosto.

“Quem quiser vencer na vida deve fazer como os seus sábios: mesmo com a alma partida, ter um sorriso nos lábios.”
Dinamor do Pensador

O Riso

Agora, uma definição do Dicionário Aurélio da palavra RISO:

1 – Ato ou efeito de rir. 2 – Alegria; graça. 3 – Zombaria; escárnio.

Rir significa muito mais!

O RISO faz parte da vida! Sem ele, tudo fica cinza, sem graça… E rir é bem diferente que sorrir. O RISO geralmente é mais desafogado e despreocupado de tudo o que está em volta. É um comportamento voluntário, diante de uma situação feliz e engraçada.

Ele indica claramente nossos pensamentos e torna, por vezes, os relacionamentos sociais mais positivos e festivos, aproximando as pessoas. Pode ser, por vezes, “contagioso”: a risada de uma pessoa pode provocar riso nos demais. Os espetáculos de comédia, circos e … podem nos proporcionar horas de deleite e descontração, “desopilando” o fígado de muitos…
A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. Tem gente que ri para dentro. Constrangimento? Timidez? Talvez… Mas o duro mesmo é quando não se pode revelar o riso, pelo fato de ele estar acontecendo na hora errada! Aí fica difícil demais…

E aquela vez em que eu estava namorando na varanda? Década de 60, para ser mais exata… Tive que me levantar correndo para acudir uma criança que estava a correr atrás de uma bola e ia em direção à rua… Consegui pegar a bola e então, tibum! Fui cair sentada no meio fio. Claro que o namorado começou a rir… Na hora errada! Fiquei chocada, mas depois me pus a rir também…

E aquela vez no Independência?

Adoro ir a um campo de futebol para ver as reações das pessoas que, ali descontraídas, fazem gestos mirabolantes e surreais ao assistirem um jogo. E de repente vejo um pai “beber um saco de pipoca” e dar um copo de suco para seu filhote “comer…” Super engraçada a cena…

E aquela vez que fui a um spa natural e resolveram me ensinar a rir? Realmente, não era deste aprendizado que eu precisava, pois sempre ri muito, mas foi um “espetáculo” fazer meus coleguinhas rirem, mesmo diante das adversidades que os havia motivados a estarem dez dias inteiros investindo apenas na saúde deles.

Começava pelo ENORME “Bom Dia”que dava (cada dia pegava o microfone e os cumprimentava de formas “personalizadas”, de acordo com o sotaque ou com a idade, ou com a seriedade, ou com a descontração. Outra brincadeira que fazia era “decorar” o suco verde que tomávamos, enquanto caminhávamos sobre trilha de seixos rolados… Como era ruim e como os pés doíam… Mas em compensação, eu colocava o suco em um copo alto, com gelo e florzinha do campo decorando e ia “desfilando” literalmente, como se estivesse na praia, tomando um coquetel…). Uma metade da turma me acompanhava e a outra ria sem parar. E quanto aos “assaltos” que fazíamos à despensa que não tinha nada para roubar? O máximo de gostoso que tinha era o açúcar mascavo… E nessa eu ria e provocava riso e ria de quem ria de mim…

“Conhecemos um homem pelo seu riso; se na primeira vez que o encontramos ele ri de maneira agradável, o íntimo é excelente.”
Fiodor Dostoievski

A Gargalhada

Já a GARGALHADA é “ o ato de rir de forma estridente e prolongada. Já a GARGALHADA homérica é uma GARGALHADA muito mais ruidosa e prolongada do que a habitual.” Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa

A GARGALHADA pode surgir a partir de atividades de cunho engraçado ou cômico, ou a partir de histórias ou pensamentos bem-humorados.

Estados emocionais positivos, como alegria, felicidade, alívio, entre outros, podem vir acompanhados de boas GARGALHADAS. Elas acontecem sem cuidado algum e, às vezes, sem avisar que estão chegando… Dependendo do ambiente ou das pessoas que estão por perto…

A GARGALHADA é muito diferente do SORRISO, que é comedido… Mais diferente ainda do que o RISO, pois não pode ser “controlada”, às vezes. Os netos pequenos é que ficam curiosos quando ouvem alguém dizer: “Morri de ri…”, “Ri até chorar…”, “Nossa, minha barriga está até doendo de tanto rir…”, pois só entendem o significado literal de cada palavra. Até ficam preocupados… E precisamos explicar que são manifestações de boas GARGALHADAS! Nosso corpo acompanha o ritmo da gargalhada e muita adrenalina é liberada. De tanto que ficamos felizes e contentes. Só quando os netos crescem, é que compreendem.

A GARGALHADA está presente em minha vida em grande escala. Um conceito largamente definido no Brasil, o

“saber rir de si mesmo”

como um bom sinal de ser ter chegado bem à maturidade, me faz crer que cheguei muito bem aos sessenta! Virou uma de minhas marcas registradas, junto com meu batonzinho vermelho…

Como não gargalhar de mim quando conto a alguém que saí com a blusa do lado do avesso para almoçar fora? Como não rir muito de mim quando não consigo cruzar os braços do lado contrário ao de costume? E quando saio do chuveiro, às gargalhadas, sem passar o creme de enxaguar? Até para isso tenho que criar rotinas… 😂💦😂💦😂💦😂💦😂💦.

Claro que às vezes sou mal interpretada. Acredito que me prejudiquei pelo fato de sempre “tentar levar a vida mais leve”… Competência e seriedade poderiam ser verificados por detrás de minha forma aparentemente “irreverente” de encarar problemas e desafios… E deixei, algumas vezes, algumas vezes, de participar de interessantes projetos de extensão…
Mas tem valido a pena até aqui.

Meu SORRISO, meu RISO e minhas GARGALHADAS têm me feito muito bem e, principalmente, às pessoas ao meu entorno, provocando o riso nos outros, como um feedback positivo.

“A melhor maneira de começar uma amizade é com uma boa gargalhada. De terminar com ela, também.”
Oscar Wilde

Fecho texto com um resumo pessoal, graduando o SORRISO, o RISO e a GARGALHADA como formas de expressão da ALEGRIA.

SORRISO É UM RISO SILENCIOSO E DISCRETO, TRANSMITINDO O QUE SOMOS E O QUE ESTAMOS A SENTIR…
O RISO É UMA EXPRESSÃO EXPONTÂNEA, QUE NÃO CUSTA NADA E MUITO SIGNIFICA…
A GARGALHADA É UM RISO “ENORME” E MUITO ESPECIAL, PRINCIPALMENTE NOS DIAS DE HOJE…
MAS MUITO IMPORTANTE MESMO É IMPLANTAR-SE A TERAPIA DO RISO DESDE A INFÂNCIA.
NA MAIORIDADE ENTÃO, É PRIORITÁRIO!

Angela Garcia

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